Livre o relacionamento da culpa pelo sonho não realizado
Quando você responsabiliza o outro por suas frustrações, é hora de repensar atitudes
Por Gabriela Pio
"Um sonho que se sonha só, é apenas um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade". Até que ponto esse pensamento, atribuído ao músico Raul Seixas, é verdadeiro? Viajar por todas as capitais do mundo, trabalhar do outro lado do país, trocar a vida na cidade pela vida no campo, recusar o posto nos negócios da família, ter uma família cheia de filhos. De repente, os desejos são protelados ou esquecidos quando surge um namoro ou um casamento. Mas será que é na cara-metade mesmo em quem pensamos quando começamos a desistir dos sonhos que passamos boa parte da vida construindo?
De acordo com a psicóloga Marina Vasconcellos, existem abdicações que realmente devem ser feitas na vida a dois. "Há momentos em que abrimos mão de algo por avaliar que a relação é mais importante", explica. "A vida de solteiro realmente não é a mesma que a de casado. O problema é quando o sonho fica para depois - ou simplesmente passa pelas mãos, como uma oportunidade perdida - e o outro lado do relacionamento é considerado como o responsável por isso". Quando um dos lados está insatisfeito, é comum surgirem brigas e até a ideia de repensar se a relação vale à pena. Antes de partir para o extremo,veja como há formas de realizar os sonhos e, o que é melhor, compartilhá-los com a pessoa amada.
A culpa é sua
Apontar o dedo para o parceiro e jogar sobre ele a culpa pelo sonho que ficou no passado é uma atitude comum no meio de uma discussão calorosa. Segundo a psicóloga Marina Vasconcellos, não ter a coragem de bancar a realização de um sonho resulta na frustração. Usar frases como "Tudo bem, quem sabe outra hora" vão fazer com que o sonho seja deixado de lado, mas não é por isso que o parceiro é o culpado. "É sempre mais fácil culpar o outro do que reconhecer nossa falha", explica. Diante da situação, não tem jeito; o melhor remédio ainda é uma boa conversa para resolver a situação. Mas também há maneiras de se policiar para não jogar a culpa em quem não merece.
"É sempre mais fácil culpar o outro do que reconhecer nossa falha". A culpa é minha
Quando uma oportunidade de emprego foi deixada de lado, por exemplo, o importante é assumir que essa foi uma decisão sua e buscar entender o que o levou a decidir por não ir. O mesmo vale para qualquer sonho que pareceu ser deixado de lado por conta do parceiro. A psicóloga dá a dica de fazer para si mesmo a seguinte pergunta: "Por que abri mão do sonho, por que não o levei adiante?". "A pessoa precisa reconhecer que a decisão foi dela, assim como outras escolhas", completa.
Sinal vermelho para o relacionamento
Culpar o outro o tempo todo pode (e vai!) resultar em briga, ainda mais quando a pessoa não teve participação nenhuma na decisão. Mas, se a troca de ofensas se torna uma rotina, é hora de prestar atenção ao relacionamento, pois pode ser que existam problemas maiores do que a não realização dos sonhos. Segundo Marina Vasconcellos, o conflito rotineiro é sinal de que há outras causas e ressentimentos envolvidos. Pode, por exemplo, existir uma necessidade de mudar o outro e que está interferindo na dificuldade de seguir os próprios sonhos. "Quando há algo maior por trás de conflitos pequenos, é preciso identificar o que causa o conflito e buscar entender se a causa é permanente ou se há a possibilidade de modificar o quadro", explica a psicóloga.
"Os opostos não se atraem. Seria uma união de muito conflito". O antes e o depois do sim
Relacionar-se com alguém já é difícil por si só: são duas pessoas com desejos diferentes, vidas diferentes e vivências diferentes. É preciso, portanto, que pelo menos existam objetivos em comum. Se não há objetivos, que sejam, então, os gostos em comum. "Algo precisa ligar uma pessoa à outra. As afinidades precisam existir", diz Marina. De acordo com ela, a partir daí é vital a consciência de ambas as partes de que não são iguais. Sendo diferentes, os conflitos existem, mas se nada os liga, os conflitos se tornam rotina. "Os opostos não se atraem. Seria uma união de muito conflito", completa. De acordo com ela, quando há uma atração pelo completamente diferente é por conta de uma projeção no outro daquilo que a pessoa gostaria de ser ou fazer. "Quando esses desejos passam, surge a decepção", explica.
Mas é mais que possível conhecer o parceiro antes do ?sim? no altar e evitar a decepção de não encontrar o que se espera. Decidir, por exemplo, entre morar no campo ou na cidade é algo que pode ser discutido previamente, e alguém terá que ceder. Mas, e quando um deles não quer ter filhos? "Muita gente acha que o casamento muda as pessoas, mas a essência não muda", completa Marina. "Quando alguém se vê diante de um parceiro muito diferente do que parecia no primeiro momento, surge a frustração e, com ela, conflitos como o problema de não conseguir realizar os próprios sonhos."
Quando você responsabiliza o outro por suas frustrações, é hora de repensar atitudes
Por Gabriela Pio
"Um sonho que se sonha só, é apenas um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade". Até que ponto esse pensamento, atribuído ao músico Raul Seixas, é verdadeiro? Viajar por todas as capitais do mundo, trabalhar do outro lado do país, trocar a vida na cidade pela vida no campo, recusar o posto nos negócios da família, ter uma família cheia de filhos. De repente, os desejos são protelados ou esquecidos quando surge um namoro ou um casamento. Mas será que é na cara-metade mesmo em quem pensamos quando começamos a desistir dos sonhos que passamos boa parte da vida construindo?
De acordo com a psicóloga Marina Vasconcellos, existem abdicações que realmente devem ser feitas na vida a dois. "Há momentos em que abrimos mão de algo por avaliar que a relação é mais importante", explica. "A vida de solteiro realmente não é a mesma que a de casado. O problema é quando o sonho fica para depois - ou simplesmente passa pelas mãos, como uma oportunidade perdida - e o outro lado do relacionamento é considerado como o responsável por isso". Quando um dos lados está insatisfeito, é comum surgirem brigas e até a ideia de repensar se a relação vale à pena. Antes de partir para o extremo,veja como há formas de realizar os sonhos e, o que é melhor, compartilhá-los com a pessoa amada.
A culpa é sua
Apontar o dedo para o parceiro e jogar sobre ele a culpa pelo sonho que ficou no passado é uma atitude comum no meio de uma discussão calorosa. Segundo a psicóloga Marina Vasconcellos, não ter a coragem de bancar a realização de um sonho resulta na frustração. Usar frases como "Tudo bem, quem sabe outra hora" vão fazer com que o sonho seja deixado de lado, mas não é por isso que o parceiro é o culpado. "É sempre mais fácil culpar o outro do que reconhecer nossa falha", explica. Diante da situação, não tem jeito; o melhor remédio ainda é uma boa conversa para resolver a situação. Mas também há maneiras de se policiar para não jogar a culpa em quem não merece.
"É sempre mais fácil culpar o outro do que reconhecer nossa falha". A culpa é minha
Quando uma oportunidade de emprego foi deixada de lado, por exemplo, o importante é assumir que essa foi uma decisão sua e buscar entender o que o levou a decidir por não ir. O mesmo vale para qualquer sonho que pareceu ser deixado de lado por conta do parceiro. A psicóloga dá a dica de fazer para si mesmo a seguinte pergunta: "Por que abri mão do sonho, por que não o levei adiante?". "A pessoa precisa reconhecer que a decisão foi dela, assim como outras escolhas", completa.
Sinal vermelho para o relacionamento
Culpar o outro o tempo todo pode (e vai!) resultar em briga, ainda mais quando a pessoa não teve participação nenhuma na decisão. Mas, se a troca de ofensas se torna uma rotina, é hora de prestar atenção ao relacionamento, pois pode ser que existam problemas maiores do que a não realização dos sonhos. Segundo Marina Vasconcellos, o conflito rotineiro é sinal de que há outras causas e ressentimentos envolvidos. Pode, por exemplo, existir uma necessidade de mudar o outro e que está interferindo na dificuldade de seguir os próprios sonhos. "Quando há algo maior por trás de conflitos pequenos, é preciso identificar o que causa o conflito e buscar entender se a causa é permanente ou se há a possibilidade de modificar o quadro", explica a psicóloga.
"Os opostos não se atraem. Seria uma união de muito conflito". O antes e o depois do sim
Relacionar-se com alguém já é difícil por si só: são duas pessoas com desejos diferentes, vidas diferentes e vivências diferentes. É preciso, portanto, que pelo menos existam objetivos em comum. Se não há objetivos, que sejam, então, os gostos em comum. "Algo precisa ligar uma pessoa à outra. As afinidades precisam existir", diz Marina. De acordo com ela, a partir daí é vital a consciência de ambas as partes de que não são iguais. Sendo diferentes, os conflitos existem, mas se nada os liga, os conflitos se tornam rotina. "Os opostos não se atraem. Seria uma união de muito conflito", completa. De acordo com ela, quando há uma atração pelo completamente diferente é por conta de uma projeção no outro daquilo que a pessoa gostaria de ser ou fazer. "Quando esses desejos passam, surge a decepção", explica.
Mas é mais que possível conhecer o parceiro antes do ?sim? no altar e evitar a decepção de não encontrar o que se espera. Decidir, por exemplo, entre morar no campo ou na cidade é algo que pode ser discutido previamente, e alguém terá que ceder. Mas, e quando um deles não quer ter filhos? "Muita gente acha que o casamento muda as pessoas, mas a essência não muda", completa Marina. "Quando alguém se vê diante de um parceiro muito diferente do que parecia no primeiro momento, surge a frustração e, com ela, conflitos como o problema de não conseguir realizar os próprios sonhos."
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