quarta-feira, outubro 26, 2011

Hora da mudança



Criança na área
Marisa Abel


HORA DA MUDANÇA
Trocar de escola no meio do ano letivo requer maior atenção e cuidados especiais para que a criança possa passar tranquilamente esta fase de adaptação

Diversos fatores levam à mudança de escola e, para as crianças, quando isso ocorre no meio do ano letivo, deve-se redobrar a atenção, pois as mudanças, quando não são programadas, podem gerar alteração de comportamento já que elas vão deixar de fazer parte de um grupo no qual estavam inseridas. Há também a troca de professores, metodologia, horários e colegas de classe.

A coordenadora do colégio E. E. Dom José Maurício da Rocha, em Bragança Paulista, Luciana Zandoná Mourão, destaca que há pontos positivos, tais como conhecer novos amigos e ter novos meios de convivência, mas o desconhecido, a insegurança quanto ao novo e o medo da rejeição são pontos a serem trabalhados. Um fator importante é amenizar a ansiedade, assim a criança pode ficar mais segura.

Viviane Verdaska, coordenadora do Ensino Fundamental do Colégio São Luis, em São Paulo, informa que o primeiro passo para encarar esse início da melhor forma deve ser dado pela família. “Os pais precisam preparar seus filhos para a mudança e acompanhar todo o processo. A escola deve cuidar do bem-estar emocional do novo aluno – a criança tem de se sentir bem acolhida e motivada. Por isso, ela precisa de atenção. O bem-estar emocional pode ser gerado a partir da atenção que se dispensa ao aluno, seja na gentileza em recebê-lo, seja na preocupação em ouvi-lo contando sobre uma história, por exemplo. O acolhimento que o aluno receber vai ser fundamental para a adaptação dele no futuro”.

Joana Gonçales Gaspar passou por um momento atribulado quando, por questões financeiras, teve de transferir o filho de 7 anos de idade (Gabriel Gaspar) de uma escola religiosa para uma pública. “Essa mudança foi muito importante para o Gabriel, às diferenças eram muito grandes e ele não se adaptou. Foram meses difíceis nos quais ele ficava doente quase todos os dias só de pensar em ir pra escola”.

Com o rendimento escolar em baixa e meses seguidos de insatisfação, Joana resolveu a questão ao receber uma bolsa de 60% do colégio anterior, e seu filho voltou ao desempenho normal após retornar para a escola na qual sempre estudou. “Mandei uma carta pedindo uma bolsa ao diretor da escola, e ele não recebeu, mas quando ficou sabendo que o Gabriel (um ótimo aluno) havia saído, quis trazê-lo de volta” relata.

Mas nem sempre é a mudança a responsável pelas baixas notas. “Toda mudança gera na criança um período de adaptação social, emocional e pedagógica. É preciso observar atentamente o aluno durante esse período para não confundir adaptação com dificuldade escolar, pois nem sempre isso tem relação”, diz Viviane Verdaska.

NOVOS HORIZONTES
A jornalista Fernanda Langhammer passou recentemente por um desafio ainda maior, no meio deste ano, ela e a família se mudaram de São Paulo para o Bahrein, nos Emirados Árabes. “A mudança de escola aconteceu junto com a troca de país, portanto, além de lidar com um novo ambiente escolar, minha filha de 6 anos de idade (Cecília Langhammer Lermen) também teve de se adaptar a uma nova cultura e língua”.

Fernanda relata que o primeiro dia de aula na escola nova foi como entrar numa porta sem saber o que vai achar do outro lado. “Apesar de que, quando fazemos a visita, conhecemos a proposta da escola e seus valores, ainda é algo subjetivo e o primeiro dia de aula torna tudo real, as paredes, as cadeiras, o rosto da nova professora e colegas e se conhece a rotina., fundamental para que a criança se sinta segura. O maior receio da Cecília estava no fato de não saber o que ela precisava fazer; após conhecer a rotina, o receio do primeiro dia vai embora e a adaptação começa a acontecer gradativamente.

A jornalista diz que a maior preocupação estava com a comunicação, já que se tratava de outro idioma. Depois do primeiro dia de aula, Cecília esboçou sua vontade: “Eu queria que minha ficasse na sala para me ajudar a falar, eu gostei muito da minha nova escola e quero voltar todos os dias”. Esse começo positivo aconteceu porque houve por parte dos pais e dos professores uma preparação para a mudança, baseada em muito diálogo.

“Depois que acabou o primeiro dia de aula, ela viu que mesmo não compreendendo tudo o que era dito, ela poderia se divertir. Conhecer o espaço, os colegas, a forma como as professoras se comportam com as crianças e, principalmente, vivenciar a rotina da nova escola foi fundamental”, diz Fernanda.

Uma dica de Viviane, que é utilizada no colégio onde trabalha, é a preparação dos colegas para receber o novo aluno. “Temos como estratégia anunciar aos colegas a chegada do novo amigo alguns dias antes, sensibilizando a turma para recebê-lo. Isso gera uma expectativa boa na turma e uma vontade de ajudar aquele que está chegando. Além disso, o professor escolhe “um padrinho” por dia, durante uma semana, para acompanhá-lo em tudo: recreio, saída e demais situações. É muito importante que esse aluno permaneça acompanhado para não se sentir sozinho. Tal estratégia tem propiciado adaptações tranqüilas aos recém-chegados”.

O rendimento escolar também gera a necessidade de escolher um novo ambiente de aprendizado e trocar de escola pode ser uma alternativa para a melhora do aluno que, por algum motivo, não tem demonstrado bom desempenho. Luciana Mourão diz que muitas vezes o ambiente que não é favorável para a criança dificulta a aprendizagem, e ela não consegue se adaptar ao meio e se enturmar com os colegas.

Viviane Verdaska complementa dizendo que, quando a criança começa a apresentar problemas, não quer ir para a aula, está insatisfeita ou desmotivada, é hora de questionar e tentar descobrir os motivos: perguntar o que está acontecendo e o porquê da insatisfação é o primeiro passo. Dialogar com a escola é fundamental. “Apesar de muitas instituições possuírem um ótimo sistema de ensino, o fundamental é avaliar a felicidade da criança e observar se essa é a escola ideal para o perfil daquela criança e família”, conclui a pedagoga.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Beleza desenhada



BELEZA DESENHADA
Por Marisa Abel

Realçar a beleza dos olhos, da boca e das sobrancelhas ou corrigir pequenas imperfeições nestes pontos da face podem ser feitos com técnicas do mercado estético. Saiba o que é micropigmentação e para que serve

Arte de introduzir cor na pele, a micropigmentação (chamada anteriormente de maquiagem definitiva) vem ganhando espaço no mercado estético, e ter aquela sobrancelha bem desenhada, lábios maiores e olhos mais definidos e com mais cor deixou de ser apenas uma questão de genética.

Vanda Regina da Costa, coordenadora técnica da rede Jacques Janine e responsável nas unidades, informam que o termo maquiagem definitiva não é usado mais porque a fixação da cor e do desenho é na camada mais superficial da pele. O termo correto é micropigmentação, que deve ser retocada a cada 2 anos, em média, para manter a forma e a intensidade da cor escolhida.

A técnica pode ser usada tanto para corrigir imperfeições causadas por algum dano à pele quanto por vaidade, o importante é estar 100% seguro da utilização desse procedimento.

Para a aplicação ficar natural e esteticamente bonita, a profa. Catarina Silva, do Curso Superior de Maquiagem Profissional da Universidade Anhembi Morumbi, diz que o profissional especializado deve escolher a cor da pele, sobrancelha ou dos olhos de acordo com o tom da pele, esquecendo a versão branca, negra ou parda. “Na realidade, somos azulados, esverdeados, amarelados, acinzentados ou rosados, por isso é tão importante a escolha do pigmento correto, para não se ficar com uma sobrancelha azulou vermelha com o passar do tempo.”

Catarina diz que, para a realização da técnica, é feito um estudo com a cliente para a escolha mais indicada não só para seu rosto, mas também ao seu estilo de vida, ou à profissão que ela exerce; a sobrancelha jamais deverá ser do tamanho de uma natural, pois ficaria extremamente artificial e pesada. “Fazemos um desenho com lápis para simularmos a definitiva e, de comum acordo com a cliente, executamos o serviço de uma forma mais superficial, avisando a mesma que haverá um retorno no prazo máximo de 1 mês e só aí realizaremos o trabalho que durará 2 ou 3 anos. O mesmo procedimento é feito para olhos e boca.”

Vanda Regina recomenda a técnica nas sobrancelhas para quem tem poucos pêlos, falhas ou formato indefinido. A profissional em estética Marilia Diamantino recomenda a micropigmentação a todas as pessoas que quiserem destacar e valorizar a região de sobrancelhas, olhos e lábios, exceto GESTANTES, DIABÉTICOS, paciente com NEOPLASIA.

REVERSÃO

Marilia Diamantino informa que, se a cliente não ficar satisfeita com o resultado, há a possibilidade de fazer uma “camuflagem” com pigmento cor de pele ou neutralizador, ou ainda optar pro uma remoção a laser, que às vezes tem uma resposta satisfatória.

Henrique Trajano da Silva Neto – da Universidade Anhembi Morumbi e diretor de Marketing da Ecco Fibras e Dispositivos e especialista em Laserterapia – diz que “hoje em dia, temos no mercado opções de retirada até de tatuagem com laser, por exemplo, mas a micropigmentação, se benfeita, durará apenas 2 ou 3 anos, não necessitando de remoção”.

quarta-feira, outubro 05, 2011

Qual o momento certo de parar?



QUAL É O MOMENTO CERTO DE PARAR?
Por Maria Helena Bellini

A aposentadoria não precisa significar necessariamente o fim de um ciclo, mas sim o início de um novo, repleto de oportunidades profissionais

Existem pessoas que jamais se aposentam. Foi o caso do jornalista Roberto Marinho que, no momento de se retirar de campo, para me apropriar de um jargão do futebol, iniciou uma nova empreitada como a fundação das Organizações Globo. Hebe Camargo, aos 81 anos, está plena de saúde e disposição com a estréia de seu programa em nova emissora. Afinal, a expectativa de vida no Brasil aumentou e, com os avanços da medicina e da tecnologia, é possível viver mais com boa saúde e lucidez.

MUDANÇAS POR TODOS OS LADOS

Que o aposentar-se é um momento de alteração nos aspectos sociais e emocionais, todos concordam e a repercussão poderá ser positiva ou negativa de acordo com os significados que lhe são atribuídos, isto é, conforme o indivíduo a encara, pois há diferenças nesse processo que variam de pessoa para pessoa. Segunda a psicóloga, mestranda em Psicologia Experimental pela Universidade São Paulo e membro da Academy of Cognitive Therapy e da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, Suara Bastos, esse é um momento que pode trazer sentimentos contraditórios entre a vontade de ter mais tempo livre e o medo do tédio e da instabilidade financeira. “Infelizmente, em nossa sociedade, a palavra ‘aposentado’ ainda está relacionada ao ócio, a alguém inútil, eu não faz nada o dia todo. Esse paradgma deve ser quebrado. Pois essa fase não deve significar inatividade, mas sim ser encarada como um momento que possibilita uma revisão de vontades, desejos, valores e expectativas quanto à reestruturação na vida do indivíduo.”

SEGUNDA CARREIRA

Mesmo se o aposentado já estiver com sua independência financeira estabelecida, o momento não pode ser sinônimo de ficar assistindo à novela da tarde ou de passar horas jogando dominó na praça. Claro que se pode fazer isso também, porém o pessoal da melhor idade acredita que a vida é boa demais e muitos adoram continuar trabalhando após a aposentadoria. Para Suara, entre os benefícios emocionais, estão a manutenção da autoconfiança e da autoestima que são fundamentais para o bem-estar de qualquer indivíduo. “É aconselhável que se comece algo paralelo ainda quando se está trabalhando, para que se possa corrigir a rota, fazendo as adaptações necessárias caso esta não dê resultado ou prazer”, ressalta.

Foi o que aconteceu com Paulo Ambrósio que, ao se aposentar como economista de um grande banco, percebeu que a filha caçula, Mariella, a qual acabara de se formar em Odontologia com especialização em próteses dentarias, encontrava imensa dificuldade em achar um bom protético como parceiro profissional. Não deve dúvidas, se inscreveu em um curso técnico e atualmente trabalha lado a lado com ela. “Essa minha nova função me traz enorme prazer, pois trabalho feliz, ao lado de quem amo e juntos também proporcionamos alegria aos pacientes, pois eles saem por aí exibindo um belo sorriso”, declara Paulo.

A psicóloga confirma que “uma mente produtiva e ocupada com atividades prazerosas é essencial em qualquer idade e sob qualquer condição”.

PLANEJAMENTO

Muitas pessoas se aposentam, mas não têm como parar de trabalhar por conta do baixo valor que recebem do sistema previdenciário. Portanto, assumir o controle de seu próprio destino mais cedo é vital para se ter uma vida mais saudável e tranqüila. “Como essa fase provoca mudanças e pode gerar ansiedades no indivíduo, é fundamental que seja planejada antecipadamente, a fim de minimizar os efeitos de possíveis angústias e conflitos internos que poderão ocorrer com o término da carreira profissional. O indivíduo que não se preocupa em planejá-la tende a se sentir inseguro, frustrado e com maior tendência a depressão”, explica Suara.

O que torna a segunda carreira muito interessante é poder realizar uma ocupação de que mais se gosta, portanto, pode ser o momento de concretizar algum hobby ou outro afazer que gostaria de ter desenvolvido antes, mas por razões de trabalho, não conseguiu. E se tiver a sorte de não precisar trabalhar apenas por dinheiro, então é a glória.

VEJA A SEGUIR ALGUMAS DICAS PARA AJUDÁ-LO A SE PLANEJAR:

Identificar as paixões que movem sua vida, aquilo que gosta de fazer nas horas vagas ou hobbies. Pense bem e escolha um para se tornar permanente.

Manter a saúde em dia para conseguir explorar todas as possibilidades dessa nova carreira.

Aproveitar a vida intensamente! E lembre-se: entusiasmar-se com as novidades é ótimo, mas sem estresse.

Que tal realizar projetos no qual sua experiência profissional sirva para entusiasmar outras pessoas? Ensine o que sabe!

Para finalizar, a psicóloga Suara Bastos deixa uma mensagem aos leitores da revista Ponto de Encontro:

“O futuro é construído com nossas ações no presente, portanto, manter hábitos saudáveis, buscar novos objetivos, cuidar da saúde física, socioafetiva e emocional, são atitudes fundamentais para a qualidade de vida nessa fase.”