DE CORAÇÃO PARA CORAÇÃO
Por Maria Helena Bellini
Fonte: www.profashional.com
Dizem que a avó é mãe com açúcar e avô é pai com doce de leite. Essa maneira de descrever pessoas tão importantes na vida de todos é fundamental para entender o seu verdadeiro papel na criação dos netos
A juventude é uma fase repleta de acontecimentos. O foco está normalmente na profissionalização, em estabelecer uma carreira sólida e um patrimônio e, ao mesmo tempo, na constituição da família. E é justamente aí que residem as dúvidas mais freqüentes. Em um mundo repleto de informações, em que tudo acontece de maneira rápida, como cuidar para que as crianças cresçam saudáveis e felizes? Aos pais, cabe a responsabilidade pela educação dos filhos, e os avós tornam-se colaboradores nessa tarefa repleta de carinho e compreensão.
Segundo a especialista em Psicopedagogia e em Educação Especial, Maria Irene Maluf, “os filhos, muito amados e queridos, chegam para acompanhar esse crescimento que envolve família e o futuro. Compartilham do tempo livre dos pais, mas não são sua única preocupação nem são focos únicos de aspirações nesse momento da vida: eles têm sonhos pessoais que incluem os filhos, sem dúvida, mas os filhos não são o todo”.
Maria Irene explica que, na maturidade, com a chegada dos netos, os valores e as prioridades são outras e as crianças da família é que passam a representar o futuro, o crescimento, as alegrias e as compensações afetivas. “Naturalmente, a educação e as exigências que colocamos para os filhos são diferentes daquelas que imporíamos como avós que criam ou ajudam a criar os netos. Afinal, já criamos os filhos e, com os netos, queremos compartilhar seus dias, sonhos e deixar muito de nós mesmos para eles”, diz.
Para a psicóloga e escritora, Mariliz Vargas, as diferenças fundamentais na educação de filhos e netos estão principalmente na fase da vida. “Os avós já cumpriram com a educação dos próprios filhos e, muitas vezes, ao se depararem com falhas que cometeram nesse processo, acabam tentando compensar na educação dos netos. Sentem que se foram muito rígidos, ou mesmo não permitiram certas brincadeiras, com os netos, já serão mais condescendentes”, ressalta. Outro ponto é que os avós já se encontram em uma fase da vida na qual podem não ter a mesma disposição física para conter comportamentos indevidos, o que pode comprometer a educação dos limites e regras que, sabemos, exige empenho e persistência. Eles, muitas vezes, levam a fama de “deseducar” os netos, porém isso não acontece quando as crianças sabem em que reside a autoridade. “Por isso, o ideal é que a tarefa educativa seja sempre atribuída aos pais, ficando a cargo dos avós o convívio mais livre e lúdico”. Ensina Mariliz.
AUXÍLIO LUXUOSO
Os tempos são outros e podemos ver inúmeros casos em que os avós são provedores não apenas de festas, viagens e passeios dos netos, mas também de suas necessidades básicas. Maria Irene revela ainda uma realidade que assusta: muitos casais, já com idade, se vêem de repente com os netos em casa, para literalmente os criarem. “Isso torna sua posição diferente, algo intermediário entre pais e avós. Bom mesmo é quando podem conviver com os pequenos, mas sem a necessidade de cuidarem deles e os educarem como se fossem seus pais. Aí, a sua contribuição é muito valiosa no aspecto emocional, afetivo e principalmente porque fazem uma mediação entre as duas gerações, dando conselhos, apoiando, estimulando e cooperando em tudo que lhes diz respeito”, esclarece.
Porém, quando avós, filhos e netos vivem na mesma casa, o que muda nessa relação? Mariliz explica que o convívio passa a ser diário e, por isso, exige muito mais dessa família na administração dos conflitos. “São três gerações vivendo juntas e esse é um terreno fértil para a educação sobre o respeito às diferenças e, principalmente, o respeito à hierarquia”, diz.
CUIDADOS ESSENCIAS
Veja, a seguir, 10 dicas da psicóloga Mariliz Vargas para ajudar pais e mães a harmonizarem o seu lar.
Com delicadeza, mostre as regras da sua casa e diga que, se os avós quiserem burlar alguma das determinações, devem avisar antes.
Estabeleça limites. Diga que admira a experiência deles e sabe que cuidaram – e muito bem – de você, mas o que vale na casa é a orientação do pediatra.
Deixe claro para o seu filho que ele deve obedecer aos avós quando estiver com eles.
Também deixe claro que, em casa, as regras que valem são as suas.
Não critique os avós na frente do neto, ainda que não concorde com a atitude deles. O inverso também é verdadeiro: se criticar o neto na frente dos avós Pode ter certeza de que eles vão defendê-lo.
Filtre os comentários e respire fundo. Entenda que seus pais e sogros são de uma geração diferente. Não adianta tentar fazer com que eles pensem como você.
Aproveite a experiência dos mais velhos. Eles vão se sentir importantes em poder ajudarem e até se esquecer da bronca que você deu ao descobrir que seu filho jantou chocolate.
Não perca o bom humor se às vezes eles mimarem seu filho fora de hora. Afinal, só estão desempenhando o próprio papel.
Lembre-se, se for o caso, de como você mesmo se divertia com seus avós, comendo doces e assistindo à TV até tarde. E tudo escondido!
Ajude seu filho a aproveitar tudo de bom que os avós têm para oferecer: amor, carinho e tempo.
Por fim, os ingredientes fundamentais que não devem faltar na família são o respeito e o amor. São eles que formam a base de aprendizado e riqueza emocional necessária para uma vida plena e feliz.
Um comentário:
Olá gostei muito do seu blog, gosto muito dos assuntos sobre alimentação, já estou te seguindo para não perder as novidades, e obrigada pela visitinha ao meu cantinho.
Bjs e até mais
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