Supermães em Ação
Marisa Abel
Fonte: www.profashional.com
Elas não vestem fantasias nem capas vermelhas, mas são consideradas super-mães e exageram nos cuidados. Saiba os pós e contras da super-proteção
Faz parte do instinto materno proteger o filho, mas a proteção de ter um limite para que não torne essa mãe invasiva, pois o excesso de cuidado pode prejudicar na formação da criança, o que acarretará em conseqüências nos períodos seguintes, como adolescência e juventude.
Difícil é mensurar, por se tratar de relações humanas, não há como estabelecer um parâmetro já que as pessoas têm opiniões diferentes e o que pode ser super-proteger para uma criança/adolescente, pode não ser para outra.
A psicóloga Camila Guering Alencar de Melo diz que essa proteção não deve prejudicar o desenvolvimento saudável da criança e impedir que ela realize pequenas conquistas esperadas pela sua idade.
Camila faz um breve relato sobre esse tipo de criação: “Mães super-protetoras são aquelas que criam seus filhos de maneira a promover a eles todo e qualquer cuidado de forma excessiva sem que eles possam das conta de algumas de suas necessidades por eles mesmos. Elas não conseguem permitir que seus filhos sofram algum tipo de frustração e/ou angustia e só imaginar alguma situação de risco que o filho possa sofrer, agem de forma a tentar evitar ao máximo essa possibilidade”.
Fato é que esse tipo de comportamento se estende também à vida adulta. Com uma mãe super-protetora em casa, a estudante de odontologia Thais Golfieri declara: “Ela quer saber de tudo e sempre acha que estamos escondendo algo e opina sobre nossos atos, mas seu carinho compensa. O que atrapalha é que os meninos ficaram acomodados”; a mãe, Maria Imaculada Golfieri rebate: “Eu gosto de fazer tudo por eles, principalmente o que minha mãe não pôde fazer por mim”.
Quando pergunto se ela exagera nos cuidados, a resposta vem imediata: “Ser prestativa é da natureza e não percebo o exagero. Quero garantir que estejam bem sempre. A ex-namorada do meu filho mais velho ficou conosco alguns meses deste ano aqui em casa e esse cuidado se estendeu para ela também, é meu jeito de ser”.
A psicóloga informa que algumas pessoas podem “aproveitar” e ter ganhos secundários com esse comportamento materno. “Elas usufruem disso e esperam por tudo, por exemplo, não pegam um copo de água e ficam manhosas. São as conhecidas como mimadas. Outras podem se sentir sufocadas e tornarem-se “rebeldes” como forma de protesto. Vale destacar que estas podem também sofrer “bulling” por não saber se defender ao serem “atormentadas” por outras crianças quando estão em idade escolar”.
O que todos devemos lembrar é que aprendizados são necessários para sabermos fazer escolhas e quais são as próprias possibilidades.
Confira mais sobre o tema com a entrevista que fizemos com a psicóloga Camila Guering:
Quais são os benefícios e os malefícios do excesso de cuidado?
Camila Guering: O que podemos pensar em beneficio de se ter um excesso de cuidado seria o fato de serem crianças e adultos mais cuidadosos. Em geral, podem-se ver mais malefícios,. Como a insegurança e a dependência. Pessoas que apresentam dificuldades maturacional. É preciso que os pais fiquem atentos às pequenas conquistas do filho e reconheçam que não precisam e nem devem interferir em cada um dos seus passos.
Em quais momentos são recomendados mais cuidados?
Camila Guering: Uma mãe deve proteger o filho, claro, mas tudo dentro dos limites, como, por exemplo, quando ele ainda for um bebê, é necessário lavar as mãos antes de manipula-lo; limitar visitas; não permitir que crianças pequenas mexam com facas e fogão; entre outras coisas. Porém, outras atividades elas devem e podem fazer de acordo com a sua idade. O desenvolvimento saudável da criança vai depender não só de como ela é criada, mas também de como ela consegue lidar com esse modo de cuidado de sua mãe.
Há alguma explicação para esse comportamento?
Camila Guering: Muitas vezes está ligado ao modo como essa mãe amadureceu e como ela própria foi criada e com sua ansiedade. Diversos comportamentos maternos são reproduções de como fizeram nossos pais. Em alguns casos, podem super-proteger seus filhos por terem se sentido desprotegidas na sua tenra idade e outras por se sentirem culpadas com algo que já tenha acontecido com seu filho.
Mães super-protetoras criam que tipos de filhos?
Camila Guering: Podem crescer pessoas inseguras, medrosas e que são muito dependentes. São crianças que pouco se arriscam, mesmo porque não sabem como lidar com algumas situações.
É possível uma reorganização no modo de criar?
Camila Guering: Sim, mas é claro que essa reorganização deve partir da mãe. Ela precisa poder enxergar seu filho, com suas capacidades e deixá-lo tomar conta de si mesmo de acordo com sua idade.
Marisa Abel
Fonte: www.profashional.com
Elas não vestem fantasias nem capas vermelhas, mas são consideradas super-mães e exageram nos cuidados. Saiba os pós e contras da super-proteção
Faz parte do instinto materno proteger o filho, mas a proteção de ter um limite para que não torne essa mãe invasiva, pois o excesso de cuidado pode prejudicar na formação da criança, o que acarretará em conseqüências nos períodos seguintes, como adolescência e juventude.
Difícil é mensurar, por se tratar de relações humanas, não há como estabelecer um parâmetro já que as pessoas têm opiniões diferentes e o que pode ser super-proteger para uma criança/adolescente, pode não ser para outra.
A psicóloga Camila Guering Alencar de Melo diz que essa proteção não deve prejudicar o desenvolvimento saudável da criança e impedir que ela realize pequenas conquistas esperadas pela sua idade.
Camila faz um breve relato sobre esse tipo de criação: “Mães super-protetoras são aquelas que criam seus filhos de maneira a promover a eles todo e qualquer cuidado de forma excessiva sem que eles possam das conta de algumas de suas necessidades por eles mesmos. Elas não conseguem permitir que seus filhos sofram algum tipo de frustração e/ou angustia e só imaginar alguma situação de risco que o filho possa sofrer, agem de forma a tentar evitar ao máximo essa possibilidade”.
Fato é que esse tipo de comportamento se estende também à vida adulta. Com uma mãe super-protetora em casa, a estudante de odontologia Thais Golfieri declara: “Ela quer saber de tudo e sempre acha que estamos escondendo algo e opina sobre nossos atos, mas seu carinho compensa. O que atrapalha é que os meninos ficaram acomodados”; a mãe, Maria Imaculada Golfieri rebate: “Eu gosto de fazer tudo por eles, principalmente o que minha mãe não pôde fazer por mim”.
Quando pergunto se ela exagera nos cuidados, a resposta vem imediata: “Ser prestativa é da natureza e não percebo o exagero. Quero garantir que estejam bem sempre. A ex-namorada do meu filho mais velho ficou conosco alguns meses deste ano aqui em casa e esse cuidado se estendeu para ela também, é meu jeito de ser”.
A psicóloga informa que algumas pessoas podem “aproveitar” e ter ganhos secundários com esse comportamento materno. “Elas usufruem disso e esperam por tudo, por exemplo, não pegam um copo de água e ficam manhosas. São as conhecidas como mimadas. Outras podem se sentir sufocadas e tornarem-se “rebeldes” como forma de protesto. Vale destacar que estas podem também sofrer “bulling” por não saber se defender ao serem “atormentadas” por outras crianças quando estão em idade escolar”.
O que todos devemos lembrar é que aprendizados são necessários para sabermos fazer escolhas e quais são as próprias possibilidades.
Confira mais sobre o tema com a entrevista que fizemos com a psicóloga Camila Guering:
Quais são os benefícios e os malefícios do excesso de cuidado?
Camila Guering: O que podemos pensar em beneficio de se ter um excesso de cuidado seria o fato de serem crianças e adultos mais cuidadosos. Em geral, podem-se ver mais malefícios,. Como a insegurança e a dependência. Pessoas que apresentam dificuldades maturacional. É preciso que os pais fiquem atentos às pequenas conquistas do filho e reconheçam que não precisam e nem devem interferir em cada um dos seus passos.
Em quais momentos são recomendados mais cuidados?
Camila Guering: Uma mãe deve proteger o filho, claro, mas tudo dentro dos limites, como, por exemplo, quando ele ainda for um bebê, é necessário lavar as mãos antes de manipula-lo; limitar visitas; não permitir que crianças pequenas mexam com facas e fogão; entre outras coisas. Porém, outras atividades elas devem e podem fazer de acordo com a sua idade. O desenvolvimento saudável da criança vai depender não só de como ela é criada, mas também de como ela consegue lidar com esse modo de cuidado de sua mãe.
Há alguma explicação para esse comportamento?
Camila Guering: Muitas vezes está ligado ao modo como essa mãe amadureceu e como ela própria foi criada e com sua ansiedade. Diversos comportamentos maternos são reproduções de como fizeram nossos pais. Em alguns casos, podem super-proteger seus filhos por terem se sentido desprotegidas na sua tenra idade e outras por se sentirem culpadas com algo que já tenha acontecido com seu filho.
Mães super-protetoras criam que tipos de filhos?
Camila Guering: Podem crescer pessoas inseguras, medrosas e que são muito dependentes. São crianças que pouco se arriscam, mesmo porque não sabem como lidar com algumas situações.
É possível uma reorganização no modo de criar?
Camila Guering: Sim, mas é claro que essa reorganização deve partir da mãe. Ela precisa poder enxergar seu filho, com suas capacidades e deixá-lo tomar conta de si mesmo de acordo com sua idade.
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