QUANDO OS CORAÇÕES SE ENCONTRAM
Por Maria Helena Bellini
Fonte: www.profashional.com
Visitar asilos, orfanatos e instituições que cuidam de animais abandonados pode se tornar um passeio inesquecível e repleto de emoção
A palavra doar, segundo o dicionário, significa “transmitir gratuitamente a outrem bem, quantia ou objeto que constitua propriedade”, mas para quem recebe, significa ato de amor. Muito mais que levar produtos de primeira necessidade a uma instituição beneficente, o que mais as pessoas que estão ali internadas precisam é de alguém que tenha um tempinho para conversar.
A especialista em Psicopedagogia e Educação Especial e coordenadora em São Paulo do Curso de Especialização em Neuroaprendizagem no Instituto Saber/FACEPD, Dra. Maria Irene Maluf, diz que “quantas vezes ficamos verdadeira e profundamente entristecidos ao vermos na mídia notícias sobre animais abandonados à própria sorte, crianças e idosos desamparados por suas famílias e nos julgamos impotentes diante dessa realidade? Inúmeras, com certeza. Notícias como essas estão presentes no dia a dia e acessíveis para todos nós, até mesmo diante de nossos filhos, seja nas ruas, nas telinhas do computador e da TV. E nem sempre recebemos, ao longo da vida, orientações claras de como agirmos para mudar um pouquinho que seja essa realidade tão dura em que vivem, infelizmente, muitas pessoas e animaizinhos”.
O exercício da solidariedade, da cidadania é um aprendizado. A psicopedagoga conta que uma direção que pode e deve ser dade a partir da infância, na educação rotineira, seja familiar ou escolar, acontece no sentido de ensinar o valor da sensibilidade, da empatia, da ajuda posta em prática em situações diversas, como, por exemplo, nas visitas a entidades assistenciais e locais que abrigam os animais deixados à própria sorte nas ruas.
Nesses encontros, Dra. Maria Irene ressalta, aumenta a oportunidade de autoconhecimento, reflexão, valorização da vida, responsabilidade pessoal e social, fortalecimento dos laços de amizade, de valores morais e éticos, entre outros. Levar as crianças e os adolescentes a ajudar os menos favorecidos desde cedo, vai ajudar a fortalecê-los frente às tragédias e às perdas da vida, as quais, de uma forma ou de outra, ninguém está livre de passar em alguma época da sua existência. “Vivenciar de perto, compartilhar o sofrimento das outras criaturas, faz com que se desenvolvam os sentimentos mais genuínos de amor ao próximo, de sensibilidade frente à dor do outro e se diminuam o orgulho, a vaidade, o egoísmo e a futilidade, que cada vez, me parece, mais difundida, e muito voltada ao consumismo e à competição desregrada e sem limites entre iguais”, ensina.
Para a psicopedagoga, até mesmo os adultos com pouca experiência nessa iniciativa de colaboração social podem vislumbrar ali uma ótima oportunidade de se aproximar mais dos filhos, sobrinhos, netos, alunos, aprendendo junto com eles essa lição de ser humano.
PROMOVA O BEM
A solidariedade não precisa ficar restrita apenas às doações de produtos e dinheiro, que são igualmente importantes, sem dúvida, porém visitar as alas pediátricas de hospitais e também orfanatos para contar uma história às crianças, cantar músicas, abraçar, beijar, ir aos asilos e escutar o que aquele pessoal da melhor idade tem tanto a ensinar, doar carinho e tempo aos animais são momentos mágicos, pois é quando acontece o encontro do seu coração com outro, e ambos se enchem de amor. Pense nisso quando fizer o roteiro de atividades da sua semana, sozinho ou em família! Aposto que bem perto da sua casa ou trabalho existe uma entidade precisando do seu apoio.
AMIGOS PELUDOS TAMBÉM PRECISAM DE CARINHO
Infelizmente, a irresponsabilidade de muitos acarreta em abandono de animais domésticos, algumas vezes, porque não querem mais cuidar deles ou vão viajar e não podem deixá-los em hotéis ou não têm quem cuide do bichinho em sua ausência. O grupo Patinhas On Line possui um site (www.patinhasonline.com.br) em que divulga atividades nas quais todas as pessoas podem colaborar, alistando-se para tarefas de sua preferência, além de poder adotar um cão.
A revisora Lílian Regato Garrafa é uma dessas voluntárias. “Há mensalmente multirões e todos são convidados a participar. Consiste desde lavar as baias onde os animais ficam, dar banho neles, vermifugar, fazer pequenas reformas (tarefas geralmente destinadas aos homens) e passear com os cachorros”, conta. Esses passeios são a tarefa de que as crianças mais gostam. Inclusive ela e o filho adotaram um cachorrinho, depois de participarem algumas vezes desses eventos. “Foi amor à primeira vista”, contou.
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