sexta-feira, agosto 28, 2009

Lembrete


Truques para se lembrar de tudo
María Jesús Ribas.

Números de telefone, endereços, datas de aniversário, contas bancárias... Existe algum sistema simples para lembrar uma série de dados, nomes, números ou qualquer lista de elementos que não podem ser memorizados facilmente?

Este método não só existe mas também está ao alcance de todo aquele que se proponha a aprendê-lo e aproveitá-lo, assinala o especialista em mnemotécnica José Luis Sanz, porque "muita gente não tem má memória, mas não sabe utilizá-la".

A mnemotécnica ou mnemônica (vocábulo derivado dos termos gregos que designam "memória" e "técnica") consiste em uma série de procedimentos destinados a facilitar a lembrança de algo, recorrendo para isso à associação de outras ideias mais simples e frequentes que o tragam facilmente à memória.

Para Sanz, "memorizar uma longa lista de itens, números ou dados está ao alcance de qualquer um que conheça a técnica adequada". Este especialista em marketing e negócios, habituado a tramitar complexos programas de cooperação internacional com a América Latina, não se propõe melhorar a memória natural, mas ensinar a "utilizar a agenda mental e registrar informação nela".

O especialista afirma que um dos recursos mais frequentes para favorecer a retenção consiste em fazer listas de palavras encadeadas através de associações ilógicas, exageradas, de movimento, muito visuais e frequentemente grotescas.

Segundo Sanz, as técnicas para a memória consistem basicamente em efetuar elos ou ganchos entre diferentes conceitos para que as lembranças surjam mais facilmente, e existem muitas escolas, sobretudo baseadas nas associações lógicas.

Uma técnica desenvolvida pelo americano Harry Lorayne, nas décadas de 50 e 60, permite efetuar associações com um maior impacto na memória que os métodos convencionais, por exemplo, baseados nos jogos de palavras.Segundo especialistas, o melhor para lembrar uma coisa é exagerá-la. Curiosamente, o impacto da memorização é ainda maior se o nexo se efetua com base em conteúdos de índole sexual, escatológica ou forte, como os "palavrões".

Quanto mais exagero, maior a memorização.
Para lembrar de um tapete e um papel, o sistema tradicional propõe por exemplo visualizar o primeiro envolvido no segundo, enquanto para os partidários de Lorayne a melhor forma de recordá-lo seria visualizar um enorme tapete de papel que cobrisse todo o quarto inclusive suas paredes, do qual se cortam pedaços para fazer um pacote gigante.

"De todo modo, não há receitas fixas. O importante é que cada pessoa efetue sua associação com a primeira coisa que lhe ocorra ou lhe venha à mente, que é o que sempre lembrará, e que além disso pratique os exercícios mnemotécnicos até incorporá-los a sua vida diária como algo automático", assinala Sanz.

Para lembrar de números, os quais não se podem visualizar como as palavras ou objetos, o truque é transformá-los em vocábulos, que por sua vez podem ser associados depois de modo ilógico. O sistema mais simples consiste em dar a cada número uma ou duas letras do alfabeto, relacionadas com seu som, forma ou outro aspecto. Por exemplo, se pode relacionar o 1 ao T (em forma de tronco), o 2 ao N (similares em forma embora em posição diferente), o 3 ao M (também parecidos), o 4 ao R (pode se imaginar o erre da palavra quatro) e o 5 ao L (derivada de sua escrita em números romanos)."O 6 pode corresponder ao S (de som similar a seis), o 7 ao C (associada aos sons fortes ca, que, qui, co, cu), o 8 ao f (que em minúscula e manuscrita se escreve parecido ao número), o 9 ao P (a letra maiúscula invertida é similar ao número) e o 0 ao Z (por seu som)", aconselha este especialista.

Assim, para lembrar um número é preciso associar cada um de seus dígitos a uma letra e com elas formar sílabas dando lugar a uma palavra: por exemplo o número-chave de um cartão eletrônico 3496 pode ser lembrado com a palavra "mariposa", (3=M, 4=R, 9=P e 6=S), e depois exagerar sua imagem, visualizando milhares de mariposas saindo do cartão.

Segundo Sanz, "isto que pode parecer complexo de início, chega a fazer-se quase de forma automática com a prática; e à medida que se confia cada vez mais na memória, mais ela melhora". Por outro lado, para que se grave na mente uma longa lista do que deve comprar no supermercado, pode-se visualizar cada elemento associado a situações disparatadas, como quebrar um ovo na testa ou esfregar alho no olhos.

Pode se imaginar com que se joga um pacote de farinha sobre a cabeça até ela ficar toda branca, que se quebra ovos na testa, que se esfrega alho no olhos, que se come um bacalhau inteiro, ou que se coloca um colar de bolachas em volta do pescoço.

"Para lembrar o nome de uma pessoa pode se associar um traço ou sinal de seu rosto (Antônio, óculos), mas também se pode recorrer ao método mais simples de repetir 3 vezes seu nome e sobrenome no transcurso da primeira conversa que se mantém com ela", sugere Sanz, que admite que "muitas vezes simplesmente nós não nos lembramos de uma coisa porque não se presta atenção a ela".

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