quarta-feira, setembro 14, 2011

Noite sem fim...



NOITE SEM FIM
Por Mirella Stivani

Dormir bem é essencial para a saúde. Saiba como combater a insônia e melhorar sua qualidade de vida

Uma noite mal dormida provoca inúmeros desconfortos: cansaço, irritabilidade, olheiras, mau humor, déficit de atenção, etc. Agora, imagine passa por isso todos os dias. Quem sofre de insônia, além de ter a saúde afetada, pode criar sonolência diurna, prejudicar a produtividade e também facilitar os acidentes com veículos e máquinas.

“A insônia é toda alteração do sono. Desde a dificuldade em dormir, manter o sono durante a noite, a acordar cedo ou cansado. Acontece cerca de 20% da população mundial”, explica Oscarino Barreto Jr., diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), médico de família e comunidade.

“Existem três tipos de insônia: a inicial (dificuldade para iniciar o sono), intermediária (dificuldade para manter o sono) e tardia (dificuldade para retornar ao sono após pequenos despertares)”, completa Joyce Macedo, neurologista do Instituto Paulistano de Neurocirurgia e Cirurgia da Coluna Vertebral.

CAUSA E TRATAMENTO

A insônia pode surgir por diversos motivos, como envelhecimento, mudanças no ambiente, uso de medicamentos, ansiedade, depressão e doenças pré-existentes, como as renais, cardíacas e Mal de Parkinson. “Também estão ligadas ao problema, maus hábitos para dormir, doenças respiratórias, metabólicas e parassónias, como sonambulismo e bruxismo (em menor grau)”, lembra a Dra. Joyce.

A insônia, quando não é tratada e se torna crônica, desencadeia “alterações no raciocínio e no humor, cefaléias e enxaquecas, alterações musculares, renais, cardíacas e inclusive pode causar descompensação no sistema cardiovascular”, alerta o Dr. Oscarino.

OBESIDADE

Dormir cerca de 7 a 8 horas por noite não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico, mas também metabólico. De acordo com o especialista em Metabologia, Nutrologia e Fisiologia do Envelhecimento, Mohamed Barakat, durante o sono ocorrem processos no metabolismo que, se alterados, podem afetar o equilíbrio de todo o organismo a curto, médio e longo prazo.

Segundo ele, a privação do sono pode comprometer a produção de hormônios que desempenham papéis vitais no funcionamento do nosso organismo, como o hormônio do crescimento (GH). “Esse hormônio é fundamental, pois tem como principais funções manter o tônus muscular, evitar o acumulo de gordura, melhorar o desempenho físico e combater a osteoporose”.

Outro hormônio, também liberado durante o sono, é a leptina, capaz de controlar a sensação de saciedade. “Pessoas que permanecem acordadas, por períodos superiores ao recomendado, produzem menor quantidade de leptina, resultando em maior necessidade de ingerir carboidratos, o que pode evoluir para a obesidade.”

BONS HÁBITOS

Muitas vezes, a insônia pode ser combatida com mudanças de hábitos. “É importante praticar exercícios físicos regularmente, exceto três horas antes de dormir, evitar ingestão de café, álcool, refeições pesadas, não assistir a televisão ou pensar em assuntos preocupantes na hora de se deitar, buscar um ambiente calmo para recolher-se e evitar o uso de medicações quer sejam naturais ou controladas. Se necessário, o médico recomendará o uso de algum remédio, mas por período restrito de tempo”, finaliza o Dr. Oscarino.





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